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sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Artigo Científico “A República Estudantil como Experiência de Si” - Professora Isaurora Cláudia Martins de Freitas

Consulte em:

http://starline.dnsalias.com:8080/sbs/arquivos/20_6_2009_16_2_31.pdf

Artigo Um projeto educativo para as repúblicas de Ouro Preto

Um projeto educativo para as repúblicas de Ouro Preto
Otávio Luiz Machado

Um assunto prioritário em Ouro Preto será o futuro das suas moradias universitárias, que é uma questão em pauta desde os primórdios do ensino superior no Brasil, pois foi a primeira reivindicação de um grupo de estudantes da Faculdade de Direito de São Paulo (a primeira instituição no país) que tinham dificuldades de encontrar casas na cidade, mas que acabaram sendo atendidos com a criação de vagas para moradia nos cubículos de um mosteiro que abrigava a Faculdade, em 1830.
Outro momento importante foi a criação da UnB, no início da década de 1960, a primeira universidade fundada sem a junção de outras escolas e com a função de irradiar um modelo dinâmico de ensino superior ao que já existia, cujo projeto inicial era construir moradia para abrigar todos os seus alunos e permitindo assim o intercâmbio de experiências entre eles.
Tudo indica que o aperfeiçoamento de moradia estudantil da UFOP irá passar pela adoção de um sistema heterogêneo, pois é o estudante – assistido por setores da universidade – que sabe qual o melhor lugar para se morar durante o seu curso universitário e o quanto isso é fundamental para o seu sucesso profissional. E o quanto a sua formação abrangente é de interesse do País.
A opção de moradia em república irá continuar com a autonomia, responsabilidade, gestão própria e bem sucedida até os dias de hoje. O alojamento e quartos individuais também serão mais repensados, principalmente com a participação de profissionais como pedagogos, assistentes sociais, sociólogos e psicólogos na elaboração dos projetos.
Como sabemos que a linguagem autoritária reduz tudo a uma única voz, visando afastar o diálogo entre as pessoas para criando guetos que interessam determinados grupos e não a sociedade como um todo, também sabemos que o mundo se transformou quanto mais dialogicamente as relações sociais se estabeleceram.
As melhores universidades do Brasil e do mundo sabem respeitar a opção de moradia dos seus estudantes. E é um assunto tratado dentro de um projeto pedagógico institucionalizado. No meu entender, o critério sócio-econômico não se aplica a nenhum dos modelos, pois é pedagogicamente recomendado que os próprios estudantes façam suas escolhas e aprenda o quanto antes a conviver com as diferenças.

A importância das repúblicas estudantis para o carnaval de Ouro Preto

A importância das repúblicas estudantis para o carnaval de Ouro Preto
Otávio Luiz Machado


É fato que as repúblicas estudantis da UFOP contribuem decisivamente para o engrandecimento do carnaval de Ouro Preto. Blocos, animação, experiência acumulada na arte de receber pessoas em seus espaços, referência no circuito turístico e um conjunto significativo de jovens interessados em trabalhar muito para que as atividades sejam realizadas plenamente com o objetivo de manutenção e conservação das próprias casas.
Foi com o empenho dos estudantes que Ouro Preto tornou-se conhecida nessa data nacional e em tantas outras, bem como permitiu a realização de atividades de milhares de jovens que viam a Ouro Preto participar do seu Festival de Inverno ou de excursões escolares.
Mas as visões preconceituosas e carregadas de informações distorcidas a cada dia desconstrói o que foi formado por gerações de estudantes nas repúblicas. O mais injusto que é divulgado por todos os cantos é que as repúblicas não contribuem para a conservação dos prédios históricos.
Os estudantes sempre tiveram a confiança e foram respeitados por seu trabalho em prol da conservação por amplos setores da sociedade. Muitas casas foram cedidas a estudantes no fim do século XIX para as manterem quando Ouro Preto teve um esvaziamento populacional com a transferência da capital para Belo Horizonte.
Lembro-me de ter lido inúmeras cartas de moradores da cidade dos anos 1960 que ofereciam suas casas para venda às escolas que hoje pertencem à UFOP como forma de manterem o patrimônio. Ou de registrar em livros os movimentos em defesa da cidade e das pessoas, como o Movimento Por Ouro Preto (anos 1970), o Escritório-Piloto nos anos 1980, a campanha Solidariedade Ufopiana nos anos 1990 e as ações da UFOP (agregando estudantes e as próprias repúblicas) junto à comunidade nos dias de hoje.
Ao invés de apoiar a ampliação das atividades das repúblicas em prol da sociedade, o Ministério Público quer reduzi-las. Ao invés de dar um voto de confiança aos moradores, o que se quer é punir os jovens com toda a força da lei. Ao invés de valorizar o que foi feito com o suor dos mais de 6.000 alunos que moraram nas repúblicas em termos de manutenção das casas, o que se quer é apagar a história de vida, de desprendimento, de dedicação e de protagonismo dos estudantes.
Os que construíram as repúblicas ao longo da história não permitirão nenhum retrocesso. Um pacto em defesa das repúblicas foi criado quando o estudante foi escolhido como morador. E é algo que vigora há muitas décadas e ainda está em pleno funcionamento. Se algo for alterado por órgãos incompetentes e colocar em risco as repúblicas (e o seu projeto) cada ex-aluno poderá exigir do Estado que cumpra o que a própria constituição reza: o interesse público como valor supremo.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Trecho vídeo volta à Queimadas-BA, 1999

Trecho do vídeo da Viagem a Abrolhos (1999)

Vídeo da Campanha Solidariedade Ufopiana (1996) - sem áudio e com erros

Depoimento do Ex-Aluno João Bosco Silva – Fazer tudo do mesmo jeito se recomeçasse a trajetória em Ouro Preto

Depoimento do Ex-Aluno João Bosco Silva – Como é voltar a Ouro Preto

Depoimento do Ex-Aluno João Bosco Silva – Relação com a comunidade de Ouro Preto durante o seu período de estudante

Depoimento do Ex-Aluno João Bosco Silva – Recado aos republicanos de Ouro Preto

Depoimento do Ex-Aluno João Bosco Silva – Importância do resgate histórico sobre as repúblicas de Ouro Preto

Depoimento do Ex-Aluno João Bosco Silva – Repúblicas de Ouro Preto e a formação EXTRA-CURRICULAR

Depoimento do Ex-Aluno João Bosco Silva – Contribuição dos ex-alunos à cidade de Ouro Preto e à UFOP

Depoimento de Ivo Porto de Menezes – Repúblicas de Ouro Preto e a Formação de seu conjunto para o patrimônio

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Vídeo Homenagens na festa dos 30 anos da República Aquarius (1999)

Fala do Ex-Aluno Álvaro José da Cunha (Matipó) na Festa do 12 na República Aquarius (1998)

Fala do Estudante Morcegão na Festa do 12 na República Aquarius (1998)

Matéria da Globo sobre Exposicao Repúblicas, Agosto 2000

Documentários “Encontros no 12”, 1994 – PARTE 1

Documentário “Encontros no 12”, 1994 – PARTE 2

Documentário “Encontros no 12”, 1994 – PARTE 3

Depoimento de João Bosco Silva – A importância das diferenças nas repúblicas de Ouro Preto (2000)

Depoimento de Ivo Porto de Menezes – Repúblicas de Ouro Preto e a Conservação da Cidade (2002)

Matéria Top Cultura sobre o fim das repúblicas (2000).

Matéria da Band sobre as repúblicas (nacional), 2000

Vídeo 30 Anos da Aquarius – Ranka no Bêra, 1999

Fala do Ex-Aluno Ceará na Festa do 12 da República Aquarius (1998)

Fala do Ex-Aluno Mônika na Festa do 12 da República Aquarius (1998)

Fala do Ex-Aluno Marcinho na Festa do 12 da República Aquarius (1998)

Fala do Ex-Aluno Magoo na Festa do 12 da República Aquarius (1998)

Fala do Ex-Aluno Lulu na Festa do 12 da República Aquarius (1998)

Fala do Ex-Aluno Kika na Festa do 12 da República Aquarius (1998)

Fala do Ex-Aluno Join na Festa do 12 da República Aquarius (1998)

Fala do Ex-Aluno Buia na Festa do 12 da República Aquarius (1998)

Fala (1) do Ex-Aluno Jabuti na Festa do 12 da República Aquarius (1998)

Fala (2) do Ex-Aluno Jabuti na Festa do 12 da República Aquarius (1998)

Fala das “cumadres” na Festa de 30 anos da Aquarius

Fala do Estudante Juca Cipó na Festa de 30 anos da Aquarius

Fala do Estudante Jaka na Festa de 30 anos da Aquarius

Fala (1) do Ex-Aluno Rafael na Festa de 30 Anos da República Aquarius (1999)

Fala (2) do Ex-Aluno Rafael na Festa de 30 Anos da República Aquarius (1999)

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Fala do Ex-Aluno Tatão nos 30 anos da República Aquarius (1999)

Artigo Entre pecados e penitências (Por Jean Dyêgo Gomes Soares)

Entre pecados e penitências

Jean Dyêgo Gomes Soares - Estudante de Filosofia da UFOP




As decisões que o ministério público tomou a fim de proibir as iniciativas carnavalescas das repúblicas federais nos moldes em que eram feitos estão sendo apresentadas como a solução dos problemas para o carnaval de Ouro Preto. Parece-me que resolveram a situação: acabaram com as hospedagens “que atrapalhavam o setor hoteleiro e lotavam a cidade” e proibiram a atividade subsidiária das repúblicas que, segundo muitos amargurados, nada tinha de subsidiária.

Os sem conhecimento de causa mais uma vez fazem sucesso e, como dizem lá na minha São Domingos do Prata, uma mentira contada 10 vezes torna-se fato incontestável. Não propuseram às repúblicas nenhuma alternativa plausível que permitisse declarar o que faziam para que todos soubessem como as coisas acontecem, para onde os recursos vão e, se algum sobrasse para onde ele poderia ir. Mas, enfim, decisões são decisões e o cristão aqui não poderá mudá-las.

Porém, para não dormir com a consciência pesada, sugiro que pensemos na contramão dos argumentos usuais.

Se o carnaval das repúblicas federais é cancelado por motivos mil inquestionáveis, o carnaval das outras repúblicas continua a todo vapor, pedindo mais lenha pra colocar na fogueira. A situação dos hoteleiros mendigos que tem prejuízo no carnaval não vai melhorar: a esmola do turista que vinha para as repúblicas federais só mudará de mão, diga-se de passagem, vai para a mão de outros republicanos que não precisam prestar contas ao poder público, pagam o seu ISSQN e levam o dinheiro para suas casas particulares – o que tem um mérito inquestionável. As repúblicas federais, que batalharam por anos pelo espaço que ocupavam no carnaval de Ouro Preto, pelo respeito da população e dos turistas que consagraram a excelência desta iniciativa, não puderam negociar meio termo, foram banidas sem piedade. Agora, repúblicas históricas, cuja manutenção era garantida pela ação de estudantes ativos e trabalhadores de uma causa pública, vão custar aos cofres do governo. Este por sua vez nem precisava se preocupar com a manutenção destes imóveis, projetava a expansão de novos tipos de moradia para atender outras demandas estudantis. Pior pra nós, para todos nós!

Quanto aos atos de secretaria de turismo e cultura são admiráveis: considera a bahianalização do carnaval de Ouro Preto um risco às tradições da cidade e prevê 40 mil turistas para o carnaval de uma cidade que possui 68 mil habitantes. É preciso descobrir o que se quer. Pôr 40 mil pessoas em Ouro Preto demonstra toda a baianidade da Secretaria. Não condeno as atitudes desta, mas peço coerência. Manter o controle sobre o carnaval de uma cidade tão híbrida, com estilos de curtir a folia tão diferentes como Ouro Preto exige um entendimento amplo do que seja o carnaval: a festa de todos, da liberdade, do pecado para o cristão que já está próximo de uma quaresma de penitências.

Vale lembrar, a falta de meio termo pode se transformar numa grande penitência a ser cumprida durante o carnaval e os nossos cristãos – estudantes, hoteleiros, justiceiros e administradores – estarão no mesmo barco, pois se a voz do povo é a de deus, talvez esse deus pode não perdoar o pecado cometido com o carnaval de Ouro Preto em 2010.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Carta aberta ao Procurador da República em Minas Gerais TARCÍSIO H. P. HENRIQUES FILHO

Carta aberta ao Procurador da República em Minas Gerais TARCÍSIO H. P. HENRIQUES FILHO



Assunto: RECOMENDAÇÃO Nº 01/2009 sobre as repúblicas estudantis da UFOP

Ilustre Procurador,



Tenho certeza de que o nobre Procurador sabe que a Escola de Minas de Ouro Preto foi criada em 1876 por ordem de D. Pedro II e nela se formaram, ao longo de seus 133 anos, engenheiros responsáveis pelo desenvolvimento industrial brasileiro notadamente nos setores minero-metalúrgico. Hoje, diversos destes engenheiros ocupam cargos de relevância tanto no setor industrial quanto nos acadêmicos e científicos gerando riquezas e bem estar social.

Muito da capacidade de liderança destas pessoas foi forjada dentro das repúblicas estudantis de Ouro Preto que, por sinal, surgiram concomitantemente com a Escola de Minas. Tenho certeza também, que o distinto Procurador sabe da origem da palavra “república”, mas como o senhor, com toda a certeza, não estudou na Escola de Minas e não morou em uma de suas repúblicas, não sabe como as mesmas funcionam.

Sendo assim, gostaria de dizer que todas as decisões para o bom funcionamento das repúblicas são debatidas em reuniões onde todos os moradores expõem suas posições, debatem, formam maioria e decidem. Funcionam como uma escola de democracia onde os estudantes aprendem a conviver em grupo, a debaterem, a respeitarem as decisões da maioria, etc.. Estão sempre abertas a receberem novos estudantes independentemente de sua classe social, cor da pele, preceitos religiosos, etc., desde que estejam de acordo com os princípios da república e um dos mais importantes, sua autonomia!!!

Do exposto tenho certeza de que sua douta interpretação de nossa Carta Magna muito contribuirá para a formação de novos profissionais, dóceis, afáveis, prontos para abrirem mão de sua capacidade de liderança, que aparentemente o nosso país não precisa mais e passem, simplesmente, a obedecerem ordem de burocratas de plantão que tanto tem contribuído com suas normas, regras e recomendações para o crescimento de nosso povo.


Cordialmente,

Daniel Soares de Almeida

Ex-morador da República Covil dos Gênios

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Artigo Em defesa das "repúblicas" de Ouro Preto

Artigo Em defesa das "repúblicas" de Ouro Preto

FONTE: www.otempo.com.br/otempo/noticias/?IdEdicao=1559&IdCanal=2&IdSubCanal=7&IdNoticia=132848&IdTipoNoticia=1

Em defesa das "repúblicas" de Ouro Preto

Otávio Luiz Machado

Pesquisador (UFPE) otaviomachado3@yahoo.com.br

As repúblicas de Ouro Preto sempre foram destratadas por alguns setores que não sabem compreender a singularidade das casas e dos seus moradores. Não entendem a experiência acumulada e extremamente bem-sucedida na defesa do patrimônio cultural e na valorização do interesse público e a arte de receber pessoas das mais diversas origens no seu espaço.

Não podemos deixar de manifestar alguma preocupação quando a Justiça do nosso país busca criminalizar os moradores e a própria administração da Universidade Federal de Ouro Preto com argumentos muito pouco convincentes a respeito da manutenção de um patrimônio público de alto valor material e simbólico para o Brasil.

O impedimento por parte do Ministério Público de receber nas "repúblicas" jovens do Estado e de outras regiões para conhecer o Carnaval de Ouro Preto é apenas um sinal de que em outras datas a proibição irá se repetir, desrespeitando a autonomia da universidade, a experiência das "repúblicas" na relação com a sociedade (pessoas fora do seu círculo social por meio de atividades), a formação extracurricular dos atuais alunos (com o apoio dos ex-moradores) e o interesse público como fim, ao utilizar toda uma estrutura para incentivar a conservação do patrimônio público, que é de todos os brasileiros.

Não temos dúvidas de que os atuais moradores possuem o respaldo dos ex-moradores e das pessoas que anualmente visitam Ouro Preto por causa da estrutura singela montada pelas "repúblicas".

Como ex-aluno e autor de pesquisas sobre a história das "repúblicas" de Ouro Preto, demonstro minha indignação com relação a esses atos abusivos que visam destruir uma experiência secular bem-sucedida.

Quantas pessoas se formaram num curso superior com o apoio das "repúblicas"? Quanto Ouro Preto deve aos estudantes que, desde o esvaziamento populacional da cidade, nos fins do século XIX, batalharam para manter essas casas bem conservadas e vivas para a história?
Que cada ex-aluno e cada morador de hoje levante uma bandeira de protesto e indignação com relação a esses atos, lesivos ao interesse público, promovidos por pessoas com visão desfocada sobre as nossas "repúblicas".

Aos corajosos protagonistas que moram nesses espaços privilegiados, o nosso apoio.

Autor de "Repúblicas de Ouro Preto e Mariana: Percursos e Perspectivas" (2009)

Publicado em:

02/02/2010
Otávio Luiz Machado
Coordenador de Atividades do PROENGE, Pesquisador e Co-líder do NEEPD da UFPE
Universidade Federal de Pernambuco, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Ciência Política, Núcleo de Estudos Eleitorais, Partidários e da Democracia (NEEPD)

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